quarta-feira, novembro 01, 2006


ROCHA FILHO



NO DIA QUE MORRI...

No dia em que morri....
Era um dia perfeito pra se viver,
O céu estava radiante, o sol brilhava muito e
Eu tinha acordado cedo, coisa que não costumava fazer.
Logo fui encontrar uns amigos e dar umas voltas, o dia estava maravilhoso, digno de se viver, e aproveitar.
De cara fui a praia, brinquei, bebi, dancei, namorei... fiz
De tudo...caramba como eu estava animado, e tudo era alegria.
Cheguei em casa no fim da tarde, mais o dia pedia mais e mais.
Chegando em casa, meu pai já tinha chegado de mais um dia de trabalho, e estava descansando no quarto com minha mãe, e dormia o sono dos justo... pois estava cansado, e minha mãe lhe fazia companhia.
Sai bem devagar para não acordar, quando olhei pra mesa de do criado mudo, vi a chave do carro e quase sem sentir peguei, era como se alguma coisa ou alguém me empurrava pra fazer isso.
Peguei e sai, quando cheguei na sala empurrei o carro, não queria acordar meus pais.
Quando cheguei, a um determinado tempo, entrei no carro e já sai cantando pneu... era muita emoção... a velocidade pra mim era tudo, e naquele dia só faltava isso para um dia perfeito.
E tome pé.... e tome velocidade, o vento batia em meu rosto como quem queria disputar uma corrida comigo, e eu corria mais e mais....
Até que de repente aparece um carro grande em minha frente, não sei de onde veio, minha vontade era ultrapassar mais o cara não me dava chance.
De repente o cara vacilou e eu passei....só que ele tinha dado passagem para um ônibus.... e eu não vi.....
Quando acordei, vi que tinha uma multidão em minha volta, e todos falam ao mesmo tempo eu não entendia nada.
Uns me chamavam de bêbado outros que eu estava drogado...
Foi quando eu vi meu PAI...
Ele colocou a cabeça dele no meu peito e chorava desesperado...
Eu não entendia nada.
Minha mãe... estava em pé e de repente desmaiou... e alguém que eu não conhecia levou pra algum lugar e eu não conseguia mais ver.
Meu Pai continuava colado em mim, sua lágrima molhava meu rosto; foi quando eu tentei abraçar ele, mais meus braços não me obedeceram, minhas pernas, tentei levantar e elas não saiam do lugar.
Olhei em minha volta, e vi muito sangue...e percebi que era meu sangue...foi quando me cobriram com um pano, e me colocaram em um carro escuro e frio...
Percebi que tinha morrido....morri no dia PERFEITO PRA VIVER.

Rochinha
Rocha Filho

Publicação: http://www.paralerepensar.com.br/ 11/05/2005

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